Portugal tem uma longa lista de 17 Patrimônios Mundiais da UNESCO (pesquisa: jan/24), incluindo alguns centros históricos.
Dá uma olhada na lista:
Patrimônio Cultural
Alto Douro Vinhateiro
O vinho é produzido por proprietários tradicionais do Alto Douro há cerca de 2.000 anos. Desde o século XVIII, o seu principal produto, o vinho do Porto, é mundialmente conhecido pela sua qualidade. Esta longa tradição da viticultura produziu uma paisagem cultural de rara beleza que reflete sua evolução tecnológica, social e econômica.
Zona Central da Freguesia de Angra do Heroísmo nos Açores
Situada numa das ilhas do arquipélago dos Açores, foi uma escala obrigatória desde o século XV até ao advento dos navios a vapor no século XIX. As fortificações de São Sebastião e São João Baptista, com 400 anos, são exemplos únicos da arquitetura militar. Danificada por um terremoto em 1980, Angra agora está sendo restaurada.
Convento de Cristo em Tomar
Originalmente concebido como um monumento simbolizando a Reconquista, o Convento dos Cavaleiros Templários de Tomar (transferido em 1344 para os Cavaleiros da Ordem de Cristo) passou a simbolizar justamente o oposto durante o período manuelino – a abertura de Portugal a outras civilizações.
Paisagem Cultural de Sintra
Sintra tornou-se no século XIX o primeiro centro da arquitetura romântica europeia. Fernando II transformou um mosteiro em ruínas em um castelo onde esta nova sensibilidade se manifestou no uso de elementos góticos, egípcios, mouros e renascentistas e na criação de um parque que mescla espécies de árvores locais e exóticas. Outras belas habitações, construídas no mesmo sentido na serra envolvente, criaram uma combinação única de parques e jardins que influenciaram o desenvolvimento da arquitetura paisagística em toda a Europa.
Fronteira da Guarnição de Elvas e suas Fortificações
Dentro de suas muralhas, a cidade contém quartéis e outros edifícios militares, bem como igrejas e mosteiros. Enquanto Elvas contém vestígios que datam do século X dC, a sua fortificação começou quando Portugal recuperou a independência em 1640. As fortificações projetadas pelo padre jesuíta holandês Cosmander representam o melhor exemplo existente da escola de fortificações holandesa em qualquer lugar. O local contém também o aqueduto da Amoreira, construído de forma a permitir à fortaleza resistir a cercos prolongados.
Centro Histórico de Évora
Esta cidade-museu, cujas raízes remontam à época romana, atingiu a sua idade de ouro no século XV, quando se tornou a residência dos reis portugueses. A sua qualidade única decorre das casas caiadas de branco decoradas com azulejos e varandas em ferro forjado datadas do século XVI ao XVIII. Seus monumentos tiveram profunda influência na arquitetura portuguesa no Brasil.
Centro Histórico de Guimarães
A histórica vila de Guimarães está associada ao surgimento da identidade nacional portuguesa no século XII. Um exemplo excepcionalmente bem preservado e autêntico da evolução de uma povoação medieval para uma cidade moderna, a sua rica tipologia de edifícios exemplifica o desenvolvimento específico da arquitetura portuguesa do século XV ao século XIX, através da utilização consistente de materiais e técnicas de construção tradicionais.
Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar
A cidade do Porto, construída ao longo das encostas sobranceiras à foz do rio Douro, é uma paisagem urbana marcante com uma história de 2.000 anos. O seu crescimento contínuo, ligado ao mar (os romanos deram-lhe o nome de Portus, ou porto), manifesta-se nos numerosos e variados monumentos, desde a catedral com o seu coro românico, à neoclássica Bolsa de Valores e ao tipicamente estilo manuelino português da Igreja de Santa Clara.
Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico
O sítio de 987 ha na ilha vulcânica do Pico, a segunda maior do arquipélago dos Açores, consiste num padrão notável de longas paredes lineares espaçadas que correm para o interior a partir e paralelas à costa rochosa. As paredes foram construídas para proteger os milhares de pequenos terrenos contíguos e retangulares (currais) do vento e da água do mar. A prova desta vinicultura, cujas origens remontam ao século XV, manifesta-se na extraordinária montagem dos campos, em casas e solares do início do século XIX, em caves, igrejas e portos. A extraordinariamente bela paisagem artificial do local é a melhor área remanescente de uma prática outrora muito mais difundida.
Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Santa Maria d’Alcobaça, a norte de Lisboa, foi fundado no século XII pelo Rei Afonso I. As suas dimensões, a pureza do seu estilo arquitetônico, a beleza dos materiais e o cuidado com que foi construído tornam-no num obra-prima da arte gótica cisterciense.
Mosteiro da Batalha
O Mosteiro dos Dominicanos da Batalha foi construído para comemorar a vitória dos portugueses sobre os castelhanos na batalha de Aljubarrota em 1385. Seria a principal obra da monarquia portuguesa durante os dois séculos seguintes. Aqui desenvolveu-se um gótico nacional de grande originalidade, profundamente influenciado pela arte manuelina, como o demonstra a sua obra-prima, o Claustro Real.
Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em Lisboa
Situado à entrada do porto de Lisboa, o Mosteiro dos Jerónimos – cuja construção teve início em 1502 – exemplifica o que há de melhor na arte portuguesa. A vizinha Torre de Belém, construída para comemorar a expedição de Vasco da Gama, é uma lembrança das grandes descobertas marítimas que lançaram as bases do mundo moderno.
Locais de Arte Rupestre Pré-Histórica do Vale do Côa e Siega Verde
Os dois Sítios Pré-históricos de Arte Rupestre no Vale do Côa (Portugal) e Siega Verde (Espanha) localizam-se nas margens dos rios Águeda e Côa, afluentes do rio Douro, documentando a contínua ocupação humana desde finais do Paleolítico. Centenas de painéis com milhares de figuras de animais (5.000 em Foz Côa e cerca de 440 em Siega Verde) foram talhados ao longo de vários milénios, representando o mais notável conjunto de arte paleolítica ao ar livre da Península Ibérica.
Vale do Côa e Siega Verde fornecem a melhor ilustração dos temas iconográficos e de organização da arte rupestre paleolítica, utilizando os mesmos modos de expressão em grutas e ao ar livre, contribuindo assim para uma maior compreensão deste fenómeno artístico. Juntos, eles formam um local único da era pré-histórica, rico em evidências materiais da ocupação do Paleolítico Superior.
Edifício Real de Mafra – Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Parque de Caça
Situada a 30 km a noroeste de Lisboa, a propriedade foi concebida por D. João V em 1711 como uma representação tangível da sua concepção de monarquia e de Estado.
Este imponente edifício quadrangular abriga os palácios do rei e da rainha, a capela real, em forma de basílica barroca romana, um mosteiro franciscano e uma biblioteca com 36.000 volumes. Completam o complexo o jardim Cerco, com seu traçado geométrico, e o parque de caça real (Tapada).
O Edifício Real de Mafra é uma das obras mais notáveis da autoria de D. João V, que ilustra a força e o alcance do Império Português. João V adoptou modelos arquitetônicos e artísticos do barroco romano e italiano e encomendou obras de arte que tornam Mafra um exemplo excepcional do barroco italiano.
Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga
Situada nas encostas do Monte Espinho, sobranceira à cidade de Braga, no norte de Portugal, esta paisagem cultural evoca a Jerusalém cristã, recriando um monte sagrado coroado por uma igreja. O santuário foi desenvolvido ao longo de um período de mais de 600 anos, principalmente em estilo barroco, e ilustra uma tradição europeia de criação de Sacri Monti (montanhas sagradas), promovida pela Igreja Católica no Concílio de Trento no século 16, em reação à Reforma Protestante.
O conjunto do Bom Jesus centra-se numa Via Crucis que sobe a encosta poente do monte. Inclui uma série de capelas que abrigam esculturas que evocam a Paixão de Cristo, bem como fontes, esculturas alegóricas e jardins formais. A Via Crucis culmina na igreja, construída entre 1784 e 1811.
Os edifícios em granito apresentam fachadas de gesso caiadas de branco, emolduradas por cantaria exposta. A célebre Escada dos Cinco Sentidos, com as suas paredes, degraus, fontes, estátuas e outros elementos decorativos, é a obra barroca mais emblemática da propriedade. Eles são emoldurados por uma floresta exuberante e envolvidos por um parque pitoresco que, magistralmente situado na colina acidentada, contribui muito para o valor paisagístico do conjunto.
Universidade de Coimbra – Alta e Sofia
Situada numa colina sobranceira à cidade, a Universidade de Coimbra com os seus colégios cresceu e evoluiu ao longo de mais de sete séculos no interior da cidade velha. Edifícios universitários notáveis incluem a Catedral de Santa Cruz, o Palácio Real de Alcáçova, que passou a abrigar a Universidade desde 1537, a Biblioteca Joanina com sua rica decoração barroca, Jardim Botânico e Editora Universitária, bem como a grande “Cidade Universitária” criada na década de 1940.
Os edifícios da Universidade tornaram-se uma referência no desenvolvimento de outras instituições de ensino superior do mundo lusófono onde também exerceu uma grande influência na aprendizagem e na literatura. Coimbra oferece um exemplo notável de cidade universitária integrada com uma tipologia urbana específica, bem como com as suas próprias tradições cerimoniais e culturais que se mantiveram vivas ao longo dos tempos.
Patrimônio Natural
Laurissilva da Madeira
A Laurissilva da Madeira é um remanescente notável de um tipo de floresta laurissilva anteriormente generalizada. É a maior área remanescente de floresta de louro e acredita-se que seja 90% de floresta primária. Contém um conjunto único de plantas e animais, incluindo muitas espécies endémicas, como o pombo de dedo longo da Madeira.
Fonte: site oficial https://whc.unesco.org/ – tradução por Ana Paula Castelli