Quando fizemos a visita aos Campos de Concentração de Auschwitz e Birkenau, nosso instagram (@worldby2) bombou de mensagens e dúvidas. Então fizemos este post explicando como é a visita aos campos e também como visitar Auschwitz, quais as opções de tours e como chegar lá.
Visitar esses campos de concentração em Oświęcim, na Polônia, estar na mesma área em que tantas coisas horrendas aconteceram nos dá um senso de compreensão totalmente diferente. Com o coração partido enquanto escrevo este post, é imensamente crucial refletir sobre essa parte da história, para que algo repugnante não aconteça de novo.
Além disso, é importante ter em mente que a visita é muito impactante e emocional. É uma experiência que pode deixar uma marca profunda em quem a vivencia, então é importante estar preparado emocionalmente.
Sobre os Campos de Concentração de Auschwitz
Na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista perpetuou o maior genocídio da história (o holocausto), assassinando cerca de 6 milhões de judeus (aproximadamente 2/3 da população judaica na Europa), juntamente com milhões de outros “indesejáveis” (prisioneiros políticos, pessoas de descendência eslava, prisioneiros de guerra).
O maior número de mortes durante o holocausto ocorreu em Auschwitz, onde cerca de 1,3 milhões de pessoas (1 milhão de judeus) foram mortas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, haviam dois campos principais de concentração e extermínio em Auschwitz (e mais de 40 sub-campos, geralmente para trabalho forçado).
Construído em 1939, Auschwitz I foi o primeiro acampamento e no início da 2ª Guerra Mundial abrigou prisioneiros políticos. De 1942 a 44, durante a exportação em massa de judeus na Europa, tornou-se o local de execução em massa por meio de câmaras de gás.
Auschwitz II Birkenau, o maior campo aberto em março de 1942, foi o principal local de execução em massa dos judeus. Estima-se que 90% das 1 milhão de mortes em Auschwitz tenham ocorrido aqui, devido às câmaras de gás e às terríveis condições de vida.
O campo foi libertado pela União Soviética em 1945, e o que não havia sido destruído pelos nazistas antes de fugirem para o oeste foi deixado intacto.
Visita a Auschwitz I
A visita começa na entrada do campo de Auschwitz I, onde você pode pegar um mapa e um guia em áudio. O campo é dividido em vários blocos, cada um com uma exposição diferente. Há exibições sobre a vida no campo, os experimentos médicos, a história dos judeus poloneses e muito mais. Tudo é bem documentado e explicado.
Partes do complexo original do acampamento (Auschwitz I e Auschwitz II-Birkenau) foram mantidas e são o local do museu de Auschwitz hoje.
Arbeit Macht Frei – “O trabalho liberta” – 3 palavras gravadas em ferro, colocadas acima do portão principal de Auschwitz 1. Essas três palavras foram a maior mentira cínica da história.
Dentro de uma cerca elétrica dupla, os prédios de Auschwitz 1 parecem todos iguais. Blocos de prédios de tijolos, com uma porta principal, alguns com janelas, alguns sem, são diferenciados apenas por um número.
O bloco 6 e os blocos 4 e 5 hospedam as exposições provavelmente mais dolorosas. Entrar no bloco 6 te faz cair na dura realidade: fotos penduradas na parede. Todo o comprimento do corredor é coberto com as fotos dos prisioneiros registrados em Auschwitz: homens, mulheres e crianças. Abaixo, a data da deportação e a data da morte.
Os blocos 4 e 5 tem algumas exposições sombrias, salas que te fazem pensar: no andar superior, há duas toneladas de cabelo humano coletadas nos últimos cinco dias antes da liberação. Outra sala preserva montanhas de sapatos. Mil malas ficam em uma outra sala.
O infame Bloco 11 abrigava os escritórios administrativos de Auschwitz e era a prisão central dos prisioneiros do outro lado do complexo do campo. Aqui, os prisioneiros eram punidos e torturados em celas escuras.
As celas eram uma forma particularmente cruel de punição. Cada cela tem um espaço medindo menos de um metro quadrado e a única fonte de ar era uma abertura de cerca de 40 centímetros quadrados, fechado por uma porta de madeira por onde os prisioneiros entravam e saíam. Os prisioneiros podiam ficar confinados ali de uma noite até várias semanas.
No pátio entre o Bloco 11 e o Bloco 10 está o chamado Muro da Morte. Milhares de prisioneiros encontraram seu destino aqui, alinhados em frente a um pelotão de fuzilamento.
Uma das partes mais impactantes do passeio é a exposição sobre a “sala da morte”, onde prisioneiros eram assassinados em câmaras de gás. A sala foi preservada exatamente como os nazistas a deixaram, com as latas de Zyklon B, o produto químico usado para matar as pessoas, ainda presentes.
A última parada da visita guiada a Auschwitz 1 é a câmara de gás. As paredes negras são uma testemunha silenciosa do medo, com milhares de marcas deixadas pelas unhas dos prisioneiros. Você não precisa entrar no prédio se não quiser. É chocante, induzindo uma mistura de emoções muito difíceis de colocar em palavras. Ao lado da câmara, você verá os 3 fornos do primeiro crematório construído em Auschwitz.
Depois de visitar Auschwitz I, você pode pegar um ônibus para Birkenau, que fica a cerca de 3 km de distância. Birkenau era o campo de extermínio, onde os prisioneiros eram mortos em massa. Hoje em dia, o campo é uma imensa área aberta, com ruínas de barracões e trilhos de trem que levavam as pessoas diretamente para as câmaras de gás.
Visita a Auschwitz II – Birkenau
“Rosto, idade, profissão” – Estes foram os três critérios que alguém era condenado a trabalhar ou condenado à morte, em sua chegada a Auschwitz Birkenau.
Você chega no meio de um campo vazio, dividido pela ferrovia. Uma vez que cercas eletrificadas ainda estão de pé em ambos os lados da estrada de ferro. Além deles, não resta muito… uma floresta de chaminés.
Birkenau, a apenas 2 quilômetros de Auschwitz, foi construída especificamente para ser um campo de extermínio, depois que o plano “Solução Final para a Questão Judaica” foi formulado em janeiro de 1942. Os quase 200 barracões de madeira, praticamente estábulos com uma chaminé passando pelo meio, foram propostos a manter 250.000 pessoas.
Os barracões de Birkenau não têm números e são construídos em madeira, em cima de um piso de cimento (alguns nem piso tem). Não há janelas, exceto por uma estreita clarabóia que percorre todo o comprimento de uma das paredes. As camas de madeira de três camadas eram tortas, mal feitas e não tinham colchão, apenas tapetes finos. Pelo menos 8 pessoas se espremiam, de lado, todas as noites, esperando dormir um pouco. Não importa a temperatura externa, tendo em mente que na Polônia os invernos podem trazer mínimas de -20 graus e os verões podem chegar a +30, os quartéis não foram aquecidos ou ventilados.
Os nazistas explodiram os crematórios assim que a guerra começou a ir contra eles. Eles destruíram a maioria de seus registros e mataram muitos dos prisioneiros restantes antes que o exército soviético chegasse.
Por que você deve visitar os Campos de Concentração de Auschwitz e Birkenau
Após a libertação, a intenção original era destruir Auschwitz e, junto com ele, o mal que havia residido ali. No entanto, cedendo à pressão esmagadora de seus prisioneiros libertos, essa decisão foi revertida. Em vez disso, foi preservado como um memorial para aqueles que pereceram ali.
Os primeiros grupos de turistas foram levados ao redor de Auschwitz em 1947. Seus guias eram ex-prisioneiros.
Mas Auschwitz não é apenas um lugar para lembrar e homenagear as vítimas do genocídio dos nazistas. Seus edifícios silenciosamente testemunham as atrocidades que ocorreram entre 1941 e 1944, como uma advertência para os humanos não repetirem os horrores do passado.
Veja detalhes da visita e respostas a algumas dúvidas em nossos destaques no Instagram.
Descobertas durante o tour
- Quase todos campos de extermínio dos nazistas estavam dentro da Polônia, provavelmente por causa do sistema ferroviário existente que vinha da Europa Ocidental, Central e Oriental.
- O povo polonês que morava na cidade de Oświęcim e ao redor dela foi despejado de suas casas e fazendas para manter em segredo o propósito do acampamento.
- Os primeiros materiais de construção do quartel de Birkenau vieram do desmantelamento das casas e fazendas abandonadas na área.
- Auschwitz I foi originalmente construído como quartel para o exército polonês.
- O Dr. Josef Mengele fez parte de seus experimentos cruéis no Bloco 10 em Auschwitz.
- Os nazistas criaram uma empresa têxtil usando o cabelo cortado de seus prisioneiros.
Vídeo – Como é a Visita aos Campos de Concentração Auschwitz Birkenau na Polônia
Filmes
A Lista de Schindler, O Menino do Pijama Listrado e La Vita é Bella são filmes que mostram um pouco do que acontecia durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo parte da ficção, esses filmes tem um forte impacto e assisti-los antes da visita traz uma visão ainda mais dolorosa dos Campos de Extermínio.
Livros
Se você quer ler um pouco mais sobre o holocausto, indicamos alguns livros:
- A Bailarina de Auschwitz
- O Tatuador de Auschwitz
- Os Bebês de Auschwitz
- Mengele – A história completa do Anjo da Morte
Veja também
- Polônia | Cracóvia – Fábrica de Oskar Schindler
- Roteiro | Polônia – 2 ou 3 Dias em Cracóvia
- 5 Comidas Típicas para Provar na Polônia
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