Qual é a parte mais deprimente sobre viajar? Para mim é sentar em um vôo de 8 horas ou dirigir de volta “para casa”. Toda vez que eu tenho que voltar para casa eu me sinto deprimida, tanto que comecei a refletir e me fiz essas perguntas: “Por que é deprimente ir para casa?”, “É realmente minha casa?” e “Onde então… é minha casa?”. Hoje, uma reflexão sobre a busca de onde eu pertenço:
Quando viajamos, nos colocamos em um ambiente completamente novo. Obriga-nos a aprender, a adaptar-nos e a crescer. É sempre emocionante não saber para onde aquela rua pode nos levar e por causa disso, nós mudamos.
O problema é que quando voltamos para casa, não podemos deixar de notar que tudo continua igual, é como se nunca tivéssemos saído e isso nos incomoda.
Incomodou-nos saber exatamente para onde aquela rua nos levará.
Me incomoda até hoje essa sensação que eu fiquei 1 ano e meio fora do país, já estamos a 2 anos de volta e parece que nem saímos. Nada mudou.
Mas nós mudamos. E as pessoas nem estão interessadas em saber sobre essa mudança. Então me lembro de uma frase que li a algum tempo: “Ninguém te deve nada.” e passamos a não falarmos mais no assunto das nossas viagens, no que vivemos e como mudamos. Esse assunto agora tratamos com carinho entre Rogério e eu.
Em nossas mentes, estamos programados para ser lembrados de que as coisas não devem mudar em casa. O ser humano tem natural aversão a mudanças. Desde que somos jovens, todo Natal, voltamos para casa e comemoramos com as mesmas pessoas, seguimos a mesma tradição e fazemos a mesma coisa todos os anos. É o que esperamos da palavra “lar”.
Para mim esse “fazer a mesma coisa” é também um símbolo de estagnação e vida inerte. Tenho horror a me sentir estagnada. Então comecei a ficar pensativa, por essa busca de onde eu pertenço.
Não importa quanto tempo você esteja fora, a cidade ainda vai parecer a mesma, as pessoas ainda vão falar sobre a mesma porcaria de novo e de novo, e sua vida ainda estará esperando por você em casa, pronta para entrar no piloto automático.
Sinto que não me desenvolvo com a rapidez de quando estou viajando. E era daí que vinha a depressão, a percepção de que há mais neste mundo do que ficar “em casa”. É por isso que eu tenho que me perguntar isso: “Onde é a minha casa? Onde eu pertenço?”.
Na nossa busca para descobrir onde pertencemos, decidimos viajar pela Europa por 10 meses enquanto vivíamos com o maior número possível de habitantes locais. Experimentamos muitas maneiras de viver, muitos tipos de pessoas apaixonadas e muitas culturas com as quais podíamos nos relacionar.
É nesse processo de busca que nos tornamos viajantes – É no processo dessa viagem que nos buscamos como pessoa. Foi esta viagem quem nos mudou tão profundamente que ninguém além de nós perceba essa mudança.
É por isso que precisamos viajar, em busca de nossa casa… nossa verdadeira casa. Não é a questão de onde você nasceu ou onde seus pais moram, mas é a questão de onde você acha que pertence, onde seu coração vibra mais alto e viajar é a única maneira de descobrir sua casa.
Viajar te dá inclusive a opção de descobrir que sim, o lugar onde você nasceu ou a cidade (ou casa) onde seus pais moram são seu lugar, e isso também é uma grade descoberta, que fará seu coração vibrar.
Então corra atrás de descobrir onde você pertence, mesmo que essa jornada te leve do outro lado do mundo (oi Polônia, te amo!) ou te traga de volta para sua casa.
Você já viajou para uma cidade e sentiu que pertence mais a ela do que à sua “casa”? Sinta-se à vontade para compartilhar onde você acha que pertence nos comentários abaixo.
Veja também
- 5 Coisas que Aprendemos Vivendo pelo Mundo
- É Seguro Viajar pelo Mundo?
- Como Viajar Pode Melhorar sua Saúde Mental
Se você gostou desse post, por que não compartilha com seus amigos? Isso significaria muito para mim! Certifique-se também de se juntar aos nossos companheiros de viagem e me seguir no Facebook , Youtube ou Instagram para atualizações de viagens e ainda mais fotos! Se você não quer perder novos posts assine nossa newsletter!