Nós viajamos, inicialmente, para nos perdermos; e nós viajamos, em seguida, para nos encontrarmos.
Viagem, em outras palavras, é um desejo humano básico, mas o prazer não é o único consolo da viagem. De fato, vários novos artigos científicos sugerem que fugir – e nem importa para onde você está indo – é um hábito essencial do pensamento eficaz.
Quando escapamos do lugar onde passamos a maior parte do tempo, a mente repentinamente se torna mais aberta e disposta. Há algo intelectualmente e psicologicamente libertador em relação à viajar.
A experiência de outra cultura nos dá uma valiosa abertura de espírito, tornando mais fácil perceber que uma única coisa pode ter múltiplos significados.
Considere o ato de deixar a comida no prato: na China isso é frequentemente visto como um elogio, um sinal de que o anfitrião forneceu o suficiente para comer. Mas na América o mesmo ato é um insulto sutil, uma indicação de que a comida não era boa o suficiente para terminar.
Tais contrastes culturais significam que os viajantes experientes estão atentos à ambiguidade, mais dispostos a perceber que existem maneiras diferentes (e igualmente válidas) de interpretar o mundo.
Nós viajamos para abrir nossos corações e olhos e aprender mais sobre o mundo do que vemos nos jornais. Viajamos para sair do nosso mundinho e perceber que há muito mais mundo afora.
Todos nós já ouvimos em algum momento, como a verdadeira viagem consiste não em ver novos lugares, mas em ver com novos olhos. No entanto, uma das belezas sutis da viagem é que ela permite também que você traga novos olhos para as pessoas que encontra. Você pode ensinar-lhes o que eles têm para comemorar tanto quanto você celebra o que eles têm para ensinar.
Nós viajamos, em essência, para esta incrível troca de experiências.
Assim, a viagem nos gira de duas maneiras ao mesmo tempo: ela nos mostra as visões e os valores e questões que normalmente podemos ignorar; mas também, e mais profundamente, mostra-nos todas as partes de nós mesmos que, do contrário, poderiam enferrujar-se. Pois ao viajar para um lugar verdadeiramente estrangeiro, nós inevitavelmente viajamos para sentimentos mais profundos, que de outra forma raramente teríamos motivos para sentir.
Então, viajar, no fundo, é apenas uma maneira rápida de manter nossas mentes móveis e acordadas.