Não me lembro exatamente o dia ou como decidimos virar nômades, mas parece que foi algo tão natural. Não foi algo que passamos dias pensando ou meses programando, simplesmente aconteceu. E colocamos essa decisão em prática a exatamente 1 mês…
Lógico que não é uma decisão que tomamos de um dia para o outro, mas parece que nossa vida já estava encaminhada para isso.
Casados a 11 anos, sem projeto de ter filhos, com empregos estáveis, casa e carro próprio… Era a vida perfeita para a maioria das pessoas, inclusive para nós, até começarmos a nos questionar: Nossa vida é isso? Será isso? Trabalhamos 11 meses para viajar 20 dias por ano? Trabalhamos para ter? Ter casa, ter carro, ter roupas, ter celular, ter, ter?
Cada vez que viajávamos éramos mais felizes durante os 20 dias de férias. E nos outros 345 dias do ano, ficávamos nos questionando… Nós não queremos ter, nós queremos viver.
Sabemos o quanto somos privilegiados por podermos fazer isso, mas ao mesmo tempo sabemos que mais vale o planejamento e a coragem que qualquer outra coisa. Fomos educados em escolas públicas, trabalhamos desde os 17 anos e fizemos escolhas financeiras inteligentes ao longo da vida. Hoje, eu beirando (e ele já com) 40, percebemos que nossas escolhas e estilo de vida nos proporcionaram essa oportunidade.
Nunca fui consumista, nunca liguei para marcas de roupa ou sapatos caros, ele nunca se importou em ter o melhor carro do ano ou usar o tênis da moda… Nosso gasto maior era com comida. Gostamos de comer bem (bem não quer dizer caro) e isso vale até hoje
Eu fui a primeira a largar o emprego e 1 ano antes da data escolhida (10 de fevereiro de 2019) começamos a fazer o planejamento de roteiro, orçamento e trabalho.
Roger ficou trabalhando até 4 meses antes da data de partida, pois era um dos pontos do planejamento financeiro.
E hoje, estamos a um mês em nossa vida nômade. Vivendo nosso sonho, trabalhando pelo nosso sonho.
Como um pensamento, deixo para vocês uma mensagem que um dia uma amiga me marcou em uma bela história de um velhinho: ao morrer não deixou nada além de um apartamento alugado, um carro velho e algumas roupas puídas.
Mas ele tinha conquistado a maior de todas as riquezas que é conhecer o mundo, outras culturas, outras formas de viver, outros olhares sobre a vida e ao morrer, deixava apenas um bilhete dizendo o seguinte:
“Não construí nada que me possam roubar.
Não há nada que eu possa perder.
Nada que eu possa trocar.
Nada que se possa vender.
Eu que decidi viajar,
Eu que escolhi conhecer,
Nada tenho a deixar
Porque aprendi a viver…”