Sabe a história do “Viajar é bom, mas voltar pra casa é melhor ainda“? Pois bem… Deixe-me dizer que voltar para casa depois de 9 meses intensos de viagem não está sendo fácil. Chegamos a cerca de 10 dias no Brasil.
Aterrissarmos de volta onde começamos nos trouxe um sentimento de pavor, ansiedade e dúvidas.
Muitos aspectos são positivos – a visão de amigos e familiares, a segurança de um lugar que você conhece, o acolhimento de pessoas queridas.
No entanto, muitos dos nossos sentimentos podem ser difíceis de serem entendidos, por mais que estejamos encantados ao ver rostos conhecidos e receber abraços calorosos.
Espera-se que a vida volte ao normal, mas o que é normal? Depois desses 9 meses, mais será tão normal para nós.
Para nós, normal era ser tudo novo a cada 15 ou 20 dias. Normal era mudar de casa, de cheiros, de comidas, normal era ser somente nós, nossas decisões e o próximo destino. Era ter nossa mente funcionando a todo vapor, normal era estarmos a todo momento, fora da nossa zona de conforto e por mais que o ser humano seja averso a mudanças, isso nos fazia muito bem. Hoje sabemos o quanto a zona de conforto pode ser a renúncia a uma nova vida.
Por outro lado, tudo continuou igual de quando deixamos o Brasil, as pessoas continuam com as mesmas rotinas, os mesmos pensamentos, é como se tudo estivesse congelado pelo tempo que estivemos fora.
O lar parece pequeno, nós temos uma energia dentro de nós que ninguém irá entender, e isso tem nos frustrado. Não adianta tentar explicar às pessoas que não há nada de errado em estarmos em casa, mas há um sentimento de liberdade dentro de nós incontrolável, que nos faz querer mais.
Mais do mundo, mais experiências, conversas mais profundas e maiores aprendizados.
“É engraçado voltar para casa. Tudo tem a mesma cara, o mesmo cheiro, nada mudou. Então você se dá conta que o que mudou foi você.” Benjamim Button