Se você ama trilhas e sonha em explorar os cenários mais espetaculares da América do Sul, prepare-se: este post vai te levar por caminhos que misturam aventura, história e natureza de tirar o fôlego.
Se tem uma coisa que realmente vai te impressionar, são as trilhas espetaculares que você encontrará por todo o continente.
A América do Sul é um continente privilegiado para quem gosta de se perder (e se encontrar) no meio da natureza. Dos Andes imponentes às florestas tropicais, cada rota revela um pedacinho diferente da nossa riqueza natural e cultural. E, o melhor: há opções para todos os níveis de preparo físico.
Monte Roraima – Brasil, Venezuela e Guiana
Não é por acaso que esta é a primeira caminhada da lista; o Monte Roraima é simplesmente outro mundo!
O Monte Roraima é mais do que uma simples montanha: é um tepui (montanha em formato de mesa) que parece saído de um cenário de ficção científica. Com 2.810 metros de altitude, ele está na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.
Ao chegar ao topo, você encontrará um cenário que lembra ficção científica, com rochas estranhas e de formas naturais, além de flora e fauna raras, como você nunca viu antes.
Por que é especial?
- Geologia única, com rochas de mais de dois bilhões de anos.
- Paisagens que inspiraram o livro O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle.
- Clima e fauna totalmente peculiares ao topo.
Detalhes práticos:
- Distância da trilha: cerca de 90 km (ida e volta).
- Duração: 6 a 8 dias, dependendo do ritmo.
- Dificuldade: alta — exige preparo físico e resistência.
- Melhor época: de setembro a março (menos chuvas).
- Como chegar: a cidade base é Santa Elena de Uairén, na Venezuela. A partir daí, transporte até Paraitepuy, ponto inicial da caminhada.
- Permissões: obrigatório contratar guias locais credenciados na Venezuela.
Dica extra: leve roupas para frio intenso e calor extremo. O clima muda rápido no topo.
Fitz Roy, El Chaltén – Argentina
O Fitz Roy, na Patagônia Argentina, é um daqueles lugares que fazem qualquer um sentir-se pequeno diante da grandiosidade da natureza. A cidade base, El Chaltén, é considerada a capital argentina do trekking.
Desfrute de picos impressionantes, lagoas azul-turquesa e enormes geleiras em caminhadas leves de um dia. A maioria dos pontos turísticos famosos, como o Fitz Roy ou o Cerro Torre, fica a apenas algumas horas de caminhada da cidade de El Chaltén, então você nem precisa de equipamento de acampamento!
Para os mais aventureiros, existem algumas rotas incríveis de vários dias para explorar o coração da Patagônia selvagem.
Por que é especial?
- Montanhas imponentes e lagos de degelo com cores absurdas.
- Trilhas bem sinalizadas e gratuitas.
- A sensação mágica de caminhar em um cenário que muda a cada passo.
Detalhes práticos:
- Distância da trilha: a rota mais famosa é até a Laguna de los Tres — 20 km (ida e volta).
- Duração: 8 a 10 horas no total.
- Dificuldade: moderada, especialmente na última subida.
- Melhor época: novembro a março (verão austral).
- Como chegar: voos até El Calafate e depois ônibus para El Chaltén.
Dica extra: comece cedo para evitar a multidão e aproveitar a luz da manhã no Fitz Roy.
Torres del Paine – Chile
O Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, é um dos mais famosos destinos de trekking do mundo. Suas três torres de granito, lagos de águas turquesa e glaciares gigantes fazem qualquer esforço valer a pena.
Localizada bem perto do fim do mundo, esta é uma terra de ventos fortes e clima imprevisível, onde enormes montanhas se erguem além de belos lagos e rios.
Você pode fazer a “trilha W” ou o “circuito O”. Ambos levarão você às duas atrações principais: Las Torres e Los Cuernos del Paine.
Por que é especial?
- Dois circuitos principais: W, O, cada um com seu nível de desafio.
- Infraestrutura com campings e refúgios bem organizados.
- Paisagens variadas em um só lugar: montanhas, glaciares, florestas e pampas.
Detalhes práticos:
- Distância da trilha: Circuito W: cerca de 80 km; Circuito O: 130 km.
- Duração: W: 4 a 5 dias; O: 8 a 10 dias.
- Dificuldade: moderada a alta.
- Melhor época: outubro a abril.
- Como chegar: voos para Punta Arenas, depois ônibus até Puerto Natales, base para o parque.
- Permissões: reserva de campings ou refúgios com antecedência.
Dica extra: leve roupas corta-vento e impermeáveis. O clima na Patagônia muda a cada hora.
Circuito Huayhuash – Peru
Esta é uma longa e desafiadora caminhada que o levará para o interior dos Andes peruanos, onde você encontrará montanhas imponentes, geleiras, lagos-espelho e a cultura local.
O Circuito Huayhuash é uma das trilhas mais desafiadoras e recompensadoras da América do Sul. Localizado nos Andes peruanos, leva você por altitudes acima dos 4.000 metros quase o tempo todo.
Por que é especial?
- Montanhas nevadas que parecem intocadas.
- Cultura andina viva nos vilarejos.
- Isolamento total: nada de multidões turísticas.
Detalhes práticos:
- Distância da trilha: cerca de 130 km.
- Duração: 8 a 12 dias.
- Dificuldade: alta — exige aclimatação e preparo físico.
- Melhor época: maio a setembro (estação seca).
- Como chegar: a cidade base é Huaraz. De lá, transporte até o vilarejo de Llamac, início da trilha.
- Permissões: taxa de entrada paga em comunidades locais.
Dica extra: invista em aclimatação de pelo menos 3 dias antes de começar.
Trilha Inca, Machu Picchu – Peru
Embora a Trilha Inca seja de longe a maneira mais conhecida de chegar à maravilhosa cidade de Machu Picchu, existem ótimas alternativas, como as rotas Salcantay ou Lares. Todas elas exploram os antigos territórios incas e levam você por belas florestas tropicais e vales imensos antes de chegar a Machu Picchu — uma das novas sete maravilhas do mundo.
A Trilha Inca é provavelmente a mais famosa da América do Sul. Caminhar por esse percurso histórico é como voltar no tempo e seguir os passos dos povos que construíram uma das maiores civilizações do continente.
Por que é especial?
- Mistura de história e natureza.
- Chegada triunfal à cidade perdida de Machu Picchu pelo Inti Punku (Porta do Sol).
- Experiência cultural rica com guias locais.
Detalhes práticos:
- Distância da trilha: cerca de 43 km.
- Duração: 4 dias.
- Dificuldade: moderada a alta.
- Melhor época: maio a setembro.
- Como chegar: partir de Cusco, cidade base para todas as expedições.
- Permissões: ingresso limitado a 500 pessoas/dia; reservas com meses de antecedência.
Dica extra: escolha um operador que valorize práticas sustentáveis e o respeito aos sítios arqueológicos.
Preparação para Trilhas na América do Sul
Antes de se aventurar, vale lembrar que cada trilha tem seus desafios. Alguns cuidados universais:
- Treino físico: fortaleça pernas e resistência cardiovascular.
- Equipamento: bota de trekking, roupas adequadas ao clima e mochila confortável.
- Segurança: sempre informe seu itinerário a alguém.
- Sustentabilidade: carregue seu lixo de volta.
Conclusão
Viajar pela América do Sul através de suas trilhas é muito mais do que somar quilômetros percorridos. É sobre sentir o vento frio da Patagônia cortando o rosto, ouvir o silêncio quase sagrado no topo do Monte Roraima, admirar o nascer do sol pintando de dourado as montanhas do Fitz Roy, ou sentir o peso da história ao pisar nas pedras milenares da Trilha Inca.
No final, a lembrança que fica não é só da paisagem, mas das histórias vividas, das amizades feitas no caminho e da sensação de superação quando se chega ao destino.
Seja você um aventureiro experiente ou alguém que está começando a explorar esse mundo do trekking, a América do Sul oferece roteiros que vão muito além de fotos bonitas. Aqui, cada jornada é uma oportunidade de se reconectar com o planeta e de se descobrir um pouco mais.
