Sempre nos perguntam, após esses 8 meses, se sentimos saudades de casa, das nossas coisas e nossa resposta é sempre um sonoro não. E então você vê uma certa decepção no rosto de quem perguntou, mas a verdade é que não sentimos mesmo.
Não sentimos falta de nada material que ficou no Brasil (ok, talvez de um comida ou outra) mas nada do que deixamos nos definia como pessoas.
E com o passar da viagem, fomos percebendo cada vez mais o real valor das coisas, o quanto as coisas na realidade não tem valor.
Cada vez menos sentimos falta de alguma coisa nossa ou da nossa casa, e sabe porque?
Quem disse que só podemos ter um local para chamarmos de casa? Nos sentimos em casa em tantos lugares que passamos, nos sentimos bem e acolhidos como se estivéssemos na nossa casa e muitas vezes, a casa onde estávamos era até mesmo mais equipada e funcional do que a nossa do Brasil. Amamos algumas casas em que moramos, nos sentimos bem e o mais importante: fomos felizes em vários lugares do mundo. Hoje temos vários locais para chamarmos de casa.
Agora, se você prestou atenção no texto, deve ter percebido que em momento algum chamei qualquer destes lugares de lar, ou em momento algum disse que não sentimos saudade ou falta de alguém, porque para nós, lar é onde o coração fica quentinho, nosso lar e nossa saudade são de pessoas e momentos especiais e não de coisas. Com certeza nosso lar sempre será ao lado de nossa família que nos ama verdadeiramente e de nossos queridos amigos.
Podemos nos sentir em casa em vários locais no mundo, mas lar, é onde o amor mora. Porque nada que tenha preço, tem valor de verdade.
“Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora só haja um lugar que eu possa chamar de lar.” – Zygmunt Bauman
